Resenha: Destino Íntimo - Uma Jornada ao Pulsar de um Estranho



UMA JORNADA AO PULSAR DE UM ESTRANHO...


"Meu amor
O que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar 
Me diz, o que você faria?

Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia?
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia?

Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar 
Me diz, o que você faria?

Corria prum shopping center
Ou para uma academia?
Pra se esquecer que não dá tempo
Pro tempo que já se perdia?

Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar 
Me diz o que você faria?"
(Último dia - Paulinho Moska e Billy Brandão)


O que você faria se descobrisse que é sobrevivente de uma destruição em massa?
E mais... E se de repente se visse sozinha (o), desbravando, a pé, o que um dia foi a sua cidade natal, seu país, sua casa?
É nesse mundo que vive Luna... Um mundo que ainda não consegui descobrir ser real ou imaginário, quiçá fruto de alguma alucinação.


Gisele Galindo constrói uma história extremamente imagética ao nos apresentar Luna, que num belo dia sofre uma dor de cotovelo por ter “perdido” Lipe, irrita-se com as investidas da mãe para esquecê-lo e decide abandonar a faculdade. Esses seriam seus maiores problemas se de alguma forma ela não previsse acontecimentos terríveis e não possuísse uma estranha conexão com os elementos da natureza.

O que mais poderia ser estranho?

Essa fácil de responder... 


Luna não está sozinha. Aos poucos conhece Léo e André, envolve-se num triângulo amoroso, encontra outros novos seres como ela – todos dotados de estranhos poderes – viaja pelo Brasil de Norte a Sul em busca de respostas para a catástrofe que destruiu o país, vive momentos de extrema solidão e reflexão, tem desmaios esquisitos, viaja para dentro de si mesma, uma verdadeira “jornada ao pulsar de um estranho”.

            Como bem diz Adriana Vargas no prefácio desta obra:


“Ler Destino Íntimo é descobrir, mesmo que não queira, alguns dados. Nem todos. Sem conclusões. Sim! Ideias submersas em loucura a qual todo autor se encontra ao tecer seus devaneios no papel, naufragando leitores afoitos que estão sempre buscando por respostas – não as encontrará no âmago desta autora, pois este é o ínterim de quem se perde em suas palavras.”


No entanto, eu não consigo deixar de me perguntar:

                  Qual o propósito da viagem de Luna?
     Por que Léo parece tão estranho? – A sensação é aquela de estar vivendo com o inimigo...
E esses poderes? O que eles representam?
        Estaria Luna totalmente louca, internada numa clínica após um surto psicótico? – Não...  muito óbvio... mas... o amor enlouquece as pessoas, certo?
O que é o caos? Ihhh comecei a filosofar...



Melhor mesmo é seguir desbravando as imagens propostas por G. Galindo, mergulhar nas entrelinhas da dupla narrativa e viajar nesse universo paralelo que se tornou a vida de Luna ... Lua inconstante e certa... 

Certa? O que haverá no Livro 2? Em breve, poderemos saber...

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